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quarta-feira, 14 de novembro de 2018

GASOLINA X GASOLINA (FORMULADA/REFINADA)

Sabe quando acontece de vereadores, manifestamente legítimos defensores do povo (antes da eleições, claro!!) se posicionarem atentos a tudo, a todos?

Pois então...

O mato cresce nas beiradas das ruas e estradas, principalmente as vicinais, rurais, competindo com a ocorrência de buracos, todos de boca para cima., prejudicando o já sofrido direito de ir e vir dos cidadãos e colocando em risco a vida de outro tanto, quando preciso se faz passar de um lado para outro das vias. 

Dia desses, um conhecido meu quase atropelou um casal de idosos, o qual "brotou" de repente, sem nenhum aviso, do meio do matagal ali na Rodovia Abel Fabrício Dias. "Era mato pra mais de metro", conforme gíria popular conhecida... Muito mato.

Aliás, pelas vias de Pinda, mato é mato!

Então, mato foi o tema quase que polarizador, durante a última sessão ordinária da Câmara de Vereadores.

Todos, indistintamente, querem matar o mato. Osvaldo Negrão, inclusive, disse que o prefeito precisa mandar plantar grama de verdade e não o capim brachiaria... Mandar plantar? Alguém disposto a fazer doação de mudas e mão de obra?

Segundo consta, falta dinheiro nos cofres municipais. Falta até para comprar combustíveis...

Isso me traz à mente a pauta da próxima sessão ordinária: "I. Projeto de Lei n° 58/2018, do Vereador Professor Osvaldo Macedo Negrão, que “Dispõe sobre a obrigatoriedade dos Estabelecimentos que comercializam Gasolina informarem seus clientes se a Gasolina Comercializada é Formulada ou Refinada”. Pindamonhangaba, 13 de novembro de 2018."


Só isso! E de que adiantará o consumidor saber sobre ser formulada ou refinada? Os preços praticados continuam exorbitantes! E é preciso, sobretudo, saber-se onde seriam vendidos esses dois produtos aparentemente diferentes e quais as qualidades/virtudes de um e de outro. Existe em Pinda algum estabelecimento que ofereça um ou outro, ou os dois, a preços diferenciados? É exigência da ANP e do Procon esse tipo de informação?
As origens dos produtos seriam diferentes e, por isso, haveria algum tipo de interesse em se comercializar um ou outro?
Ou estaria, o nobre edil, buscando pelos em ovos apenas para ter mais um projeto de lei registrado em seu currículo?
Enquanto isso, a Saúde continua capenga, a Segurança Pública idem, a Educação de mãos dadas...
Sem contarmos o voar de interessados políticos para outras paragens...
Dois anos correm velozmente, um ano ainda mais.
Pensar a cidade é não pensar reeleger-se. Ronaldo Pipas que o diga.
(Importante, também, é o povo já ir descartando aqueles que descartaram o voto popular para vereador e buscaram uma cadeira na ALESP ou em Brasília). Promessa de lutar, pelo menos, durante 4 anos poderia ser quebrada. Quem mais lamentou foram os suplentes...
Está na hora de todo vereador trabalhar, andar de ônibus, pegar filas nos bancos, nas lotéricas, ouvir o povo chiar. Ter coragem de ouvir o povo chiar. Não fugir do povo.
Se fizerem assim, protestos com vela e caixão serão enterrados, por falta de motivos em protestar. E nascerão as verdadeiras contribuições populares para respostas, também verdadeiras, por parte de todos os edis. Alguns, até, jurássicos...
Para avaliarem a importância das duas gasolinas, ouçam isso, que dura só 60 segundos:



Pronto, falei.
É a minha Opinião.

Marcos Ivan de Carvalho
Jornalista, MTb36001


terça-feira, 30 de maio de 2017

TURISMO: PINDA PODE TER A BOLA DA VEZ NUM ANO DE CORRERIA?

O ano de 2017 é ano da correria e o ano “da bola da vez” para muitos municípios do Estado de São Paulo.

Pelo menos 140 deles podem estar inclusos, brevemente, na classificação de MIT - Municípios de Interesse Turístico.
Recentemente Santa Izabel e Guararema passaram pelas avaliações, devidamente documentados em todos os itens do rol de exigências legais e já podem se identificar como MIT.
São Bento do Sapucaí lança seu Plano no próximo dia 31.

E daí?

Daí que é uma classificação importante para a movimentação das atividades do Turismo nos municípios, haja vista a destinação de verbas oficiais para o suporte das mesmas.
Algumas fases de preparação de documentos são muito importantes, pois a partir do estudo da demanda turística pelo município até a elaboração do Plano Diretor Municipal de Turismo, a participação dos órgãos públicos e da sociedade, de um modo geral, é extremamente essencial.

Elencar atrativos turísticos; fazer inventário dos equipamentos e serviços disponíveis e compatíveis com o exigido pela lei; preparar e apresentar atas de 6 reuniões (as últimas) do COMTUR, devidamente registradas em cartório e o efetivo texto do Plano Diretor de Turismo são verdadeiras “tarefas de casa” as quais não podem ser feitas de supetão, ao estilo “só pra constar”. Muito menos feitas, conforme o linguajar popular, “nas coxas”...

Esse trabalho todo demanda tempo, aplicação, conhecimento, disponibilidade para realizar ajustes e correções. Logicamente, com a participação de uma equipe e com a orientação de um profissional capacitado e habilitado.

Temos acompanhado o trabalho de profissionais do Senac Guaratinguetá, os quais, já há alguns meses, coordenam um grupo de representantes de diversos municípios do chamado Circuito Turístico Religioso na elaboração dos itens exigidos para a elaboração do PDT.

A vantagem é enorme, pois quando for preciso renovar ou atualizar referido Plano, os próprios cidadãos em treinamento terão condições plenas de assim proceder.
Gerando economia, motivando a participação mais ampla de todos quantos atuam no segmento turístico do município. Assim, ninguém fica com a “cocada preta” e se torna exclusivo entendedor de elaboração de Planos Diretores de Turismo.

Esse treinamento gera, também, grande economia para os cofres do município.
Por quê 2017 é o ano da correria?
Simples: em 2018 acontecem eleições para deputado e governador...

Reflitamos juntos:

A mecânica de busca pela classificação como MIT é a seguinte: o município, por meio de seu prefeito, encaminha toda a documentação - necessariamente incluindo o Plano Diretor Municipal de Turismo, a um deputado de sua confiança ou de seu partido.

O parlamentar, por sua vez, elabora um Projeto de Lei e o protocola na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, onde o mesmo começa a tramitar, passando pelas Comissões da Casa (responsáveis pela análise de viabilidade).

Estando tudo “nos conformes”, a ALESP encaminha o Projeto de Lei à Secretaria Estadual de Turismo, a qual avalia a proposta e emite seu parecer, devolvendo o documento à Assembleia.
Segue o PL tramitando até chegar à votação dos deputados.

Caso o projeto seja aprovado, o mesmo é encaminhado para a sanção do governador. Se recusado, vai para o arquivo. E ponto final.

Na sessão da Câmara de Vereadores do dia 22 de maio, a vereadora Gislene Cardoso alertou para a necessidade de serem tomadas providências para existir, o mais rápido possível, o Plano Diretor de Turismo para Pindamonhangaba.
Informou, até, estar pedindo complementação de verba, no valor de R$ 200 mil para o Plano Diretor.

Seria tão cara, assim, a elaboração de um PDT para Pindamonhangaba? Será que, com todo o investimento, a correria vai levar o município para o rol dos aprovados porque fizeram a tarefa de casa da maneira correta?
Correria, o município, o risco de aprontar tudo e não ter sucesso por conta dos prazos vencidos?

Há que se entender a necessidade de tudo, mas tudo mesmo, acontecer até bem antes de novembro, pois a inscrição demanda tempo para as tratativas pela ALESP.
Lembrando haver o recesso de final de ano, o lento retorno dos parlamentares, muitos deles já em pleno ritmo de pré campanha eleitoral, visitando suas bases, suas regiões e angariando todo tipo de reivindicações para as quais, sem dúvida nenhuma, dedicarão enorme atenção pelo simples fato de ser um ano essencialmente eleitoral.

Pinda é alvo das abordagens de candidatos como André do Prado, Ricardo Piorino (segundo alguns analistas vai se lançar para buscar uma cadeira na ALESP) e Padre Afonso, apoiadores da campanha vitoriosa do atual prefeito. Sem considerarmos a efetiva atuação do deputado Ramalho da Construção, cujo representante em Pinda é o vereador Rafael Goffi. Um disputa que pode render de algum dos deputados atuais, a assinatura no Projeto de Lei para aprovação de Pindamonhangaba como MIT. Isso, se existir o indispensável Plano Diretor de Turismo de nossa cidade.

(Citamos só alguns, mas temos certeza de que muitos outros em exercício tentarão morder esse filão representado pela aprovação do PDT de Pinda).

O prefeito Isael declarou, recentemente, a um blog da cidade, que "Pinda está preparando o PDT e se Deus quiser conseguirá se inscrever como candidato a MIT".
O prefeito afirmou, também, existirem dificuldades quanto à melhor comunicação oficial, agradecendo a atenção do repórter em abrir espaço para sua fala.

Outro ponto a ponderar: comunicar ações oficiais é a forma de fazer o povo estar mais participativo e, ainda, de formar opiniões, aparar arestas de resistência, aproximar as lideranças - até as oposições - e marcar presença, positivamente, junto à opinião pública.
Quando a comunicação se torna difícil, pouco aparelhada e sem investimentos, qualquer setor perde a projeção e a gestão passa a ser - frequentemente - mais criticada pela população, a qual não tem a informação plena e consistente.

Gerir um município sem investimento em comunicação é não privilegiar a informação aos cidadãos.

Assim, se há a necessidade de um Plano Diretor de Turismo, um dos itens imprescindíveis para a sua composição e justificando aprovação é o elenco de veículos de comunicação que existem na cidade, efetivamente parceiros e viáveis.
Para quem desejar saber mais sobre Municípios de Interesse Turístico, basta clicar aqui.
Fica a dica nesta minha Opinião.
Marcos Ivan de Carvalho, jornalista independente, MTb 36001
(Artigo publicado originalmente no site www.canal39.com.br sob título "Refletindo sobre Turismo e Comunicação".

terça-feira, 16 de maio de 2017

TURISMO: GUARÁ COLOCA GOMERAL NO CAMINHO DA FÉ E LANÇA FESTIVAL DA TRUTA

Um evento com dupla finalidade movimentou o Bairro do Gomeral, na Estância Turística de Guaratinguetá, na manhã/tarde desta segunda-feira, 15.
Coordenado pelo Departamento de Comunicação da municipalidade, a solenidade serviu para o lançamento da edição de número 14 do Festival da Truta do Gomeral e assinatura do convênio destinado a inserir, na Rota Oficial do Caminho da Fé, toda a região do Gomeral por onde passa a trilha demarcada pela associação gestora desse projeto, o qual contou com a participação de seis mil peregrinos, somente em 2016.
Desta maneira, fruto do Projeto de Lei do vereador Luiz Carlos Hummel Mori, Luizão da Casa de Ração, o Gomeral está habilitado para compor, oficialmente, o roteiro do Caminho da Fé, obtendo validade para o carimbo comprovador da passagem dos peregrinos com destino a Aparecida e Guaratinguetá, visitando os santuários de Nossa Senhora Aparecida e São Frei Galvão.
Na oportunidade, a Prefeitura de Guaratinguetá e a Associação Amigos do Caminho da Fé, juntos com a Associação dos Moradores do Gomeral receberam a imprensa, autoridades, empresários do bairro e convidados para a apresentação da programação do Festival da Truta e assinatura do convênio oficializando o Caminho da Fé pelo bairro.
Festival
Em breve e bem formatada apresentação, o secretário de Turismo, Felício Murade, mostrou como deve ser o 14º Festival da Truta do Bairro do Gomeral, com a programação de shows, abrindo para a inserção de possíveis, patrocinadores, parceiros e apoiadores culturais.
Esse evento é uma oportunidade para a geração de empregos temporários e incremento da renda das famílias locais.
TURISMO: GUARÁ COLOCA GOMERAL NO CAMINHO DA FÉ
Secretário de Turismo, Felício Murade, durante sua apresentação (Foto: Edna Maischberger, Canal39)
“O evento contará com o apoio da Prefeitura. A Prefeitura não fará nada “para”, mas sim, fará “com”. [...] O apoio para o Festival é o peixe; a prefeitura entrará com a ferramenta do planejamento estratégico. Entendemos a Prefeitura como “provocadora”, o estimulante para que a comunidade possa se desenvolver”, disse o secretário de Turismo.
Murade também destacou os principais objetivos do Festival e anunciou a existência de estudos bem avançados para novas ações envolvendo o Gomeral como atrativo turístico polivalentem acha vista sua privilegiada localização geográfica. Turismo religioso, de aventura, gastronômico, de contemplação, ecológico, de lazer, por exemplo.
O secretário, resumindo a proposta do Festival da Truta, explicou ser uma forma de se promover o turismo e a divulgação da cultura local de uma forma estratégica, incorporando valores ao trabalho dos moradores do bairro e mostrando essa região do município aos moradores das cidades vizinhas e dos grandes centros, sempre desejosos de novas alternativas de lazer. Focou o projeto de abranger as classes C ascendente, B e A, com forte apelo - inclusive - aos universitários.
Referiu, ainda, a indispensável parceria da imprensa como ferramenta de multiplicação da informação.
Caminho da Fé
O presidente da Associação Amigos do Caminho da Fé, Almiro José Grings, disse de sua satisfação em assinar o convênio, comentou brevemente sobre o histórico do projeto e previu, para 2017, a participação de 10 mil peregrinos. Essa previsão está baseada nas comemoraçãoes dos 300 anos do encontro da imagem de Nossa Senhora nas águas do Rio Paraíba.
TURISMO: GUARÁ COLOCA GOMERAL NO CAMINHO DA FÉ
Presidente da Associação dos Amigos do Caminho da Fé, Almiro José Grings (Foto: Marcos Ivan, Canal39)
“Eu acho que o Gomeral acrescenta muito ao Caminho da Fé, a região é muito bonita e o peregrino gosta disso. Os peregrinos que vêm de grandes centros, como São Paulo, Campinas, cidades de Minas, por exemplo, precisam disso. As montanhas, a natureza, eles precisam disso. Tenham certeza, o Caminho da Fé lucra em muito com esse convênio”, destacou Grings, referindo ser impossível os peregrinos não falarem da maravilha que é o Gomeral. “A nossa propaganda é muito forte, boca a boca”, frisou.
Falaram, ainda, a presidente da Associação dos Moradores do Gomeral, Lúcia Helena Spíndola, e o vereador Luizão, autor do projeto de Lei que autoriza convênio. Ambos apuseram suas assinaturas no documento, testemunhando o ato oficial.
Marcus Soliva, prefeito de Guaratinguetá, agradecendo e destacando o importante trabalho da imprensa como elemento ativo e indispensável para o sucesso das ações administrativas, cumprimentou os moradores pela conquista do convênio para o Caminho da Fé.
Agradeceu a confiança da Associação Amigos do Caminho da Fé, enalteceu o Gomeral como verdadeiro santuário natural, e, oficialmente, um santuário da fé., capaz de proporcionar momentos de meditação, contemplação e maior proximidade com Deus.
Destacou a beleza natural como importante componente capaz de oferecer momentos de mais ânimo e contemplação aos peregrinos em sua caminhada até os locais de seus objetivos. “Os peregrinos terão momentos de meditação e maior proximidade com Deus”, disse Soliva.
TURISMO: GUARÁ COLOCA GOMERAL NO CAMINHO DA FÉ
Prefeito de Guaratinguetá, Marcus Soliva (Foto: Edna Maischberger, Canal39)
O prefeito disponibilizou os diversos departamentos de sua gestão para colaborarem na solução das dificuldades a serem sanadas, afirmou sua confiança no sucesso das ações, por parte da comunidade, para fidelizar os serviços de atendimento aos peregrinos e a consolidação do Gomeral no Caminho da Fé, destacando ser - esse trecho - uma alternativa do que já havia de oficial. Com esse convênio, os peregrinos têm duas opções para seguirem o chamado “trecho final”. Anteriormente o Gomeral era uma alternativa para muitos, sem o reconhecimento oficial de estarem, efetivamente, na rota do Caminho.
“Falar do nosso Gomeral é falar de parcerias. Nós temos hoje, aqui, a presença da imprensa. A imprensa é a grande divulgadora dos eventos, divulgadora dos locais e é isso que nós precisamos. Parceria com a imprensa traz a possibilidade de trazer mais movimento turístico também. Por isso é importante a imprensa estar aqui hoje. Não me canso de falar sobre a importância dos órgãos de comunicação para dar publicidade a esses momentos, a esses fatos”, disse o prefeito como forma de agradecimento pela presença dos jornalistas.
Em seus agradecimentos, Soliva registrou o empenho do Secretário de Turismo, Felício Murade; a participação ativa do COMTUR, com sua valiosa contribuição à profissionalização do Turismo (uma das metas de sua administração), não só como órgão opinitivo, mas, também, de decisão por meio de pareceres; agradeceu as presenças das seguintes pessoas: secretária de Educação, Elizabeth Sampaio; presidente do Serviço de Águas e Esgotos de Guaratinguetá, Miguel Sampaio.
TURISMO: GUARÁ COLOCA GOMERAL NO CAMINHO DA FÉ
Prefeito Soliva, vereador Luizão, Almiro Grings (Caminho da Fé), Lúcia Spíndola (Associaçãodos Moradores do Gomeral) (Foto: Marcos Ivan, Canal39)
Após a solenidade foi oferecido um almoço a todos os presentes, com um dos pratos destinados a compor o cardápio do Festival: truta grelhada ao molho de pinhão ou alcaparras e acompanhamento de salada, arroz e feijão.
O responsável pelo Departamento de Comunicação da Prefeitura de Guaratinguetá, Ricardo Abi-Rezik registrou as seguintes personalidades presentes, além das já citadas:
Presidente do Fundo Social, primeira dama Andreia Elisa Évora; vereadores Cleusa Maria Lourenço dos Santos (Tia Cleusa), representando a presidência da Câmara Municipal e Márcio Almeida; Secretários Márcio Chagas Fernandes da Silva (Administração), Giani Bresolin (Meio Ambiente), Júlio César Ramos da Silva (Agricultura); representantes da Associação Caminho da Fé: Telma Sales (vice-presidente), Camila Bassi Teixeira (gestora executiva), Ana Maria Mancini (diretora financeira); presidente do Conselho Municipal de Turismo, Luiz Antonio Silveira da Mota; Ouvidor Geral do Município, Marco Antonio Baracho dos Santos.
(Texto: Marcos Ivan / Fotos: Edna Maischberger e Marcos Ivan, Canal39)

VEJA A GALERIA DE FOTOS CLICANDO AQUI

NOTA DA REDAÇÃO:
A reportagem do Canal39 agradece ao Departamento de Comunicação da Estância Turística de Guaratinguetá, pela distinção do convite e apresenta seus cumprimentos pela forma com a qual todos os jornalistas foram acolhidos durante todos as etapas desse evento.
Contem sempre com nossa parceria.
Marcos Ivan de Carvalho, diretor-proprietário.

quinta-feira, 13 de abril de 2017

PARA REFLETIR SOBRE A SAÚDE DE PINDA

Passados cem dias da administração Isael Domingues, Pindamonhangaba vive um dos momentos mais tensos na luta para tratar da Saúde Pública.

A história nos traz a confortável situação de sabermos não ser um fato pontual a falta de recursos para atendimento digno, justo, merecido a todos os cidadãos.
Pelo menos há 30 anos a saúde brasileira se arrasta nas UTIs hospitalares, nos corredores dos PSs, esvaindo-se em sofrimento pelos cantos das ruas, despejando-se em covas abertas mais frequentemente, muitas vezes por falta dos recursos necessários para a vida se manter com qualidade, direito constitucional não plenamente garantido na prática.

Quando mencionei a “confortável situação” não o fiz impensadamente, mas, isto sim, para definir meu ponto de vista a respeito daquilo capaz de promover mais desconforto, mais incertezas, mais dores e revolta no âmbito da população.
Isael, quando de sua primeira participação na administração municipal, atuou como vice-prefeito, o “reserva do prefeito”. 

Num time de futebol,  o reserva só joga quando o titular está impedido por qualquer motivo técnico, de saúde ou disciplinar. Mesmo assim, numa equipe, há a opção do técnico escolher e escalar um substituto, o qual não tem a necessidade de ser o “reserva titular”.

Em administração pública, somente prefeito (levando o vice na bagagem) tem o cargo determinado pelo voto popular. O gestor do município pode, a seu critério, nomear e exonerar os chamados “cargos de confiança”. O vice-prefeito, parte da escolha popular, não pode ser exonerado.

Domingues viveu, por quatro anos, o cargo de vice-pefeito durante a gestão de Vito Ardito. A certa altura dos acontecimentos, foi nomeado Secretário de Saúde. Assumiu já sabendo não ter disponibilidade de recursos financeiros para sarar a Saúde Pública. Foi “desnomeado” e duramente criticado pelo gestor durante o resto do tempo administrativo de Lerário. 

Necessário se faz entender ser, essa nomeação e exoneração, uma espécie de “jogada” dos marketeiros do então prefeito. Precisavam “queimar” o nome do mais forte adversário nas próximas eleições.

Como o povo não se deixava enganar, pelo menos essa era a interpretação dos eleitores interessados em mudanças de verdade, Isael foi sacramentado nas urnas como o novo ocupante do principal gabinete do Palácio de Vidro.

Sua firme promessa: acabar com o sofrimento da Saúde, além de buscar cuidar da Segurança Pública e valorização a mão de obra local. Nisso, foi apoiado pelo seu candidato a vice, hoje titular da Secretaria de Gestão e Articulação Política (no site oficial está “aticulação”.

Profissional da Saúde, doutor Isael teve sua estreia na política de Pinda quando seu nome foi um dos escolhidos para a Câmara de Vereadores, eleito pelo PV.
Nas últimas eleições, concorreu pelo PR e - até certo ponto surpreendentemente - contou com apoio do “papa” do PV na Região, o padre Afonso Lobato. Destaque-se ter sido o PV do padre um dos partidos mais fortes a apoiar a candidatura de Vito Ardito Lerário.

Muitos afirmam que aí começaria o calvário da Saúde Pública de Pindamonhangaba, na atual gestão. 
A negociação de cargos, óbvia em qualquer ambiente político onde os interesses pessoais passam o trator por cima das necessidades do povo, forçaria Isael Domingues a nomear um enorme contigente indicado por Lobato. 
Principalmente para a pasta em questão, a Saúde, para a qual foi titulada a sobrinha do religioso.

É notável o entendimento sobre somente pessoas, por mais bem intencionadas que estejam, não somarem recursos capazes de promover a manutenção da boa qualidade no atendimento para tratos com a Saúde.

Indispensável se faz o recurso financeiro. Para isso, planejamento é tudo.
Com os recentes casos havidos em Pinda, promovendo a comoção popular, Domingues bota “a faca nos dentes” e determina chamamento público para a contratação de uma OS a qual, de supetão, se responsabilizará pelo atendimento no Pronto Socorro anexo à Santa Casa de Misericórdia de Pindamonhagaba, excluindo esse serviço da instituição.

Não acreditamos isso ser viável, a curtíssimo prazo. Daí seguem-se algumas perguntas:
1. O efetivo, seres humanos, atualmente lotado no PS, seria mantido ou a “OS” vencedora do certame licitativo poderia optar em utilizar pessoal de sua escolha?
2. A Santa Casa de Pinda estaria impedida de participar do chamamento público?
3. Qual tipo de estrutura está sendo exigido para os interessados se habilitarem a concorrer neste chamamento?
4. Por ser medida emergencial, mesmo em se considerando a necessidade de melhorias, o prazo não está muito enxuto, impedindo uma transição mais responsável, em vez de privilegiar manobras para “recuperação do brilho da administração pública”?
5. Há uma proposta de se promover a queda do administrador da Santa Casa. Ele já perdura no cargo por alguns bons anos. Somente a saída dele, por opção própria ou derrubada forçada em manifestações populares, resolveria o déficit financeiro e administrativo do PS? (Cabe uma boa reflexão).

O governador do Estado, outro médico e filho da terra, às vezes faz anúncios solenes de dotação de verbas para a Saúde de Pinda. Porém, até onde isso resolve?
Faltam profissionais, faltam acomodações, faltam medicamentos.
A fila de espera, para internação de pacientes encaminhados pelo PS é constante, infinita. Adiantaria cancelar ou não renovar o contrato com a Santa Casa? 

A possível nova gestora do PS teria como negociar essas vagas mais rápida e objetivamente com a própria Santa Casa?
Notem ser, até agora, indispensável a presença da instituição Santa Casa no sistema de atendimento à Saúde de Pindamonhangaba.
Nenhuma OS disporia de instalações mais adequadas do que a Santa Casa, em curtíssimo prazo de tempo, para suportar a demanda espremida (e não reprimida).
Então, para manifestarmos nossa opinião, temos que convidar para essa reflexão.
Não basta tirarmos dos cargos alguns gestores com alguma experiência em Pindamonhangaba.

É preciso não deixar o “Trem a Alegria Política” promover ações paliativas, garantindo cargos e salários, enquanto o povo ganha, apenas novos nomes para os quais reclamar melhor atendimento à Saúde.

Não podemos esperar, tão somente, o pior do pior. Seria o padre Afonso convidado para dar a Unção dos Enfermos, a Extrema Unção, à nossa moribunda Saúde?

Importante, ainda, destacarmos a participação não só da comunidade, mas, muito principalmente, do COMUS, Conselho Municipal de Saúde, o qual não pode se deixar levar apenas pelo lado da gestão pública. Um Conselho Municipal, independente da área onde venha a atuar, precisa ser - acima de tudo - Deliberativo, mantendo suas deliberações mesmo quando estas venham a bater de frente com a opinião do Chefe do Executivo.
É um Conselho formado por setores da Sociedade, não só da administração municipal. Precisa ter - e exercer - vida própria, para ter sua própria saúde bem cuidada.

Em tempo: é preciso a opinião pública não se esquecer daquela investigação a respeito de um secretário ter ofendido a todos da cidade. Preciso acreditar que toda essa aceleração no setor da Saúde não seja para tirar o foco desse outro importante assunto.

Ou estaríamos nas mãos de outros “pinóquiomaníacos”?

É a minha Opinião.
Marcos Ivan de Carvalho
Jornalista, MTb 36.001, publicitário e cidadão adotivo.

sexta-feira, 3 de março de 2017

PEGANDO O JACARÉ PELO RABO (ou: O PESO DE PAPEL TEM OUTRA FUNÇÃO)

Quando ainda era menor de idade, lá pelo início dos anos 60, menores podiam trabalhar para empresas da iniciativa privada, auferindo alguma ajuda para a manutenção de suas famílias.
Com os Carvalho não era diferente. Meu irmão mais velho "trampou" muito tempo entregando compras de armazém em bicicletas dotadas de caixotes na garupa. Era empregado da então Casa Brasileira, onde hoje funciona uma importante loja de rede especializada em não dar trocos de R$ 0,01.

Por algum tempo, ainda no Alto do Tabaú, trabalhei para uma vizinha que fabricava curau, cremes de maisena com sabor de groselha, imitações de manjar e pirulitos de açúcar colorido.
Nessa época, eu descia o morro para ir até o campo da Ferroviária, vender o que fosse preciso.
Minha experiência já vinha de quando morávamos em Taubaté. Papai era padeiro e mamãe, além de cuidar dos filhos, produzia pastéis e croquetes para vendermos no campo do Juta, bem próximo à nossa casa.

Desse tempo trago na lembrança o dia no qual busquei ficar atrás da rede de um dos gols, sentado sob uma árvore, vendendo meus pastéis e croquetes. Para mim, era o lugar mais seguro, onde jamais uma bola atingiria minha cestinha...
Engano meu. Um ponta esquerda (naquele tempo era assim chamado o camarada que ocupava a mesma posição de atacantes famosos como Pepe, o canhão da Vila, e Zagalo) errou o “tiro a gol” e a bola, ainda de capotão grosso e pesada, não acertou também a cestinha de pastéis.

Não tive tempo para me desviar do ponto negro e veloz que cresceu diante de meus olhos. Quando acordei, pessoas me chamavam por “padeirinho”, indagando se eu estava ouvindo.
Ouvia sim... Um zumbido, vozes, alguém avisando para ajuntarem o dinheiro do “padeirinho”. Lavei um banho d'água fria, pois o massagista do time estava perto e prestou os primeiros socorros...
Continuei vendendo os produtos caseiros, mas sem me proteger atrás dos gols...
Depois de muitos pirulitos vendidos em Pinda, trabalhei uns tempos com o padeiro pai, ajudando-o nas madrugadas.

Com o tempo, o querido velho descolou um emprego na Farmácia Nossa Senhora do Bom Sucesso, do Ny.
Foi nessa época que aprendi a pegar o jacaré pelo rabo.

Era um trabalho fácil, mas exigia atenção. Para isso, eu precisava, primeiro, ajudar a preparar algumas fórmulas de medicamentos, desenvolvidas pelo admirável senhor Raul, farmacêutico oriundo da nossa Escola de Pharmácia.
O doutor Raul escrevia as fórmulas. Ensinou-me a pesar os componentes em pó, medir os líquidos, sempre com a recomendação de higiene máxima e cuidados com o manuseio dos instrumentos e aparelhos, inclusive a balancinha com base em madeira e uma gavetinha onde eram guardados os pesos em gramas.

Eu torcia para ter alguma receita para ser manipulada no graal, uma espécie de taça de pedra com um bastão utilizado para moer matéria-prima sólida, pulverizando-a.
Depois de as fórmulas prontas, era preciso providenciar a embalagem. Os pós eram embalados em minúsculos envelopes, em cápsulas de gelatina ou de amido.
E os líquidos? Xaropes, poções antigripais, purgantes (um era o tal de óleo de rícino!) eram colocados em frascos esterilizados, arrolhados e, ainda, recebiam uma capa de papel impermeável plissado (Lembram-se das saias das colegiais de antigamente? Era preciso dar essa aparência ao papel colocado sobre a rolha, finalizando-se a embalagem com algumas voltas de cordoné (um barbante forte), pelo menos três nós e uma gota de lacre para garantir a embalagem realmente fechada.

Nessa tarefa toda, o destaque dado por doutor Raul era imprescindível: não deixar a rolha solta, com folga, no gargalo do frasco. Por isso, o jacaré fazia parte do processo.
Era uma ferramenta em ferro fundido, com jeitão de jacaré, separada em duas partes longitudinalmente na horizontal. Trocando em miúdos: o jacaré de ferro tinha a parte superior, incluindo-se o rabo, separada do corpo até a altura do pescoço, onde havia uma dobradiça unindo-a à parte inferior (barriga e patas).
Na parte de baixo da parte superior, algumas reentrâncias em forma de meia-lua, com diâmetros de medidas diferentes. Essas meias-luas combinavam com uma réplica delas, existente na parte inferior da estrutura do jacaré. Unidas, formavam um arco.

Para a rolha não ficar “balangando” no frasco, bastava escolher uma com o diâmetro menor do seu cone um pouco acima do diâmetro do gargalo; pegar o rabo do jacaré e erguê-lo, inserindo-se a rolha na meia lua mais adequada. Ato contínuo, era abaixar o rabo do jacaré, comprimir a rolha e, imediatamente, colocá-la no frasco.

A rolha voltaria ao seu estado mais normal, expandindo-se e obstruindo completamente a passagem de ar ou produto.
Algumas vezes, por descuido, comprimi algum dedo em vez de apertar a rolha.
No Museu Histórico e Pedagógico Dom Pedro I e Dona Leopoldina existem dois exemplares desse jacaré de farmácia.
Estão numa vitrine da mostra de mobiliário de época.

Numa recente visita ouvi um atendente explicar o uso do jacaré: “é um antigo peso de papel, com esses encaixes para guardar lápis”.
Pode ser até papo de jacaré, mas achei interessante pinçar esse tempo de minha juventude para ilustrar como é importante existirem informações mais detalhadas, temos de pesquisa, estudos e revisões de informações, troca de conhecimentos, etc, entre profissionais responsáveis pelo atendimento ao público em locais como o Museu.

Aliás, alguns parceiros que estavam comigo nessa visita, estranham muitas salas vazias, sem o rico acervo anteriormente visto.
Além de saber para que serve o jacaré, é importante entender que se ele abrir a boca, engole quem não tem capacidade para administrar quem dá informações ao público...

Vale a pena repensar a informação, enquanto é apenas um objeto em forma de jacaré.
Já pensaram se chega por aí um jacaré sacudindo o rabo e derrubando quem não entende do assunto?
Fica a dica...

É a minha Opinião.
Marcos Ivan de Carvalho
Publicitário e jornalista independente, MTb 36001.


sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

O PREFEITO NÃO PRECISA SER MARIONETE POLÍTICO (ou: O risco de só pagar promessas

Título anterior: REPENSANDO A CARTA ABERTA (ou: Falta coragem para romper o contrato?)


Já estamos com meio mês “rodado” sob nova gestão municipal em Pindamonhangaba.

Como jornalista profissional e publicitário, adotado pela cidade há muitos anos, sinto-me na obrigação de abordar o assunto do momento: as nomeações já definidas por Isael Domingues, prefeito de Pindamonhangaba.

Recordem-se que, antes da posse do mesmo, publiquei uma carta aberta falando de minhas expectativas e meu ponto de vista a respeito do trabalho do Isael, permitam-me o tratamento informal.

Da mesma forma, publiquei textos especificamente de apoio a um candidato que se postava com a proposta de mudança para melhor. O tive como símbolo de minha vontade de começarmos a criar um novo tempo para nossos filhos, netos e demais descendentes.
Verificando o desenrolar dos editais de nomeações, começo a me sentir preocupado.

Primeiro, a safra de estrangeiros, fortemente combatidos durante a caravana de campanha do prefeito. Não ponho em discussão a dignidade, o respeito e a cidadania de cada um, mesmo porque conheço alguns.

No caminhão de campanha, bateram, até, no Rubinho Fernandes, por ser secretário em Pinda e tentar o cargo de vice-prefeito na chapa de Pollyana Gama. A moça perdeu, mas ganhou. Assumiu uma cadeira na Câmara Federal, por ser suplente. Rubinho, não tenho o paradeiro.

Parece que o Pinóquio só mudou de partido, haja vista a nomeação “fundamentada em formação técnica e conhecimento profissional”. Na verdade, o primeiro valor foi a moeda de troca em política.
Essa moeda, entretanto, é de valor muito variável.

Há necessidade extrema, imposta pelas negociações, de nomeação dos afilhados indicados pelos patrocinadores financeiros ou canalizadores de prestígio ao candidato cabeça de chapa. Daí, praticamente 60% dos nomeados nem precisam ser conhecidos de longa data do prefeito eleito. Basta estarem sob o manto protetor de um dos patrocinadores. Isso é “cláusula contratual”.

No caso específico de Pinda, bênçãos políticas de padre Afonso Lobato consagraram, até, a titular da pasta da Saúde.
Segue-se, então, um desfiar de cargos, cada um com o carimbo de um padrinho.
Isael Domingues, em suas falas de antes da posse e no dia da posse afirmou a sequência de critérios: conhecimento técnico, experiência profissional e negociação política. Parece que os valores se inverteram.

Há, até, quem gritava, de cima do caminhão, não precisar de cargo mas, sim, “de oportunidade para representar o povo”. Uma nomeação mudou o canto da cigarra.

Ricardo Piorino me afirmou que muita gente precisa ser lembrada, mesmo em não sendo para a administração. Alguns não tiveram a chance de melhor estudo, mas não podem ficar sem uma colocação, mesmo que seja de negociações com a iniciativa privada. As empresas, então, teriam que "dar um jeito de pagar as promessas políticas"?

Pindamonhangaba não é tão pobre de profissionais bem sucedidos, especialistas qualificados, pessoas conhecidas e de bom envolvimento com as necessidades locais. Trazer gente de fora é não investir na capacidade de quem é daqui, mora aqui, vive aqui e investe seu dinheiro aqui.

Podem, até, ser capacitados para trabalhos em sua área específica, no ambiente limitado da até então atuação individual. Daí para um salto gigantesco, em termos até salariais, é um descaso para quem sabe por onde ir e vir em nossa terra.

Estariam, os estrangeiros, realmente compromissados com a gestão ou interessados em se acomodar por quatro anos? Matriculariam seus filhos em escolas públicas locais? Utilizariam os serviços públicos de saúde?
Claro está que, com um ganho polpudo, até mesmo os daqui poderiam optar por atendimento particular, mas teriam comprometimento forte com a sua cidade.

Houve, anteriormente à lista vip anunciada, uma preliminar referindo nomes desta e a citação de outros a serem referendados. Até mesmo expondo, a público, quem não foi contemplado com algum cargo. Profissionais reconhecidos e da cidade. Triste.

Em tempo: para alguns, sou um jornalista crítico, muito ácido e inconveniente. Direito do livre pensar, como exerço o direito de me expressar, assinando o que escrevo. Infelizmente, muitos destes “alguns” não se deram ao luxo de se manifestarem pessoalmente, assinando embaixo de suas falas ou “recados”.

Então, como referi há pouco, a moeda de troca, em política, é muito oscilante. E perigosa.
Pode custar caro ao cidadão que apõe sua assinatura num ato de nomeação. Até mesmo por conta de possíveis “duplos salários” ou por “formação acadêmica ou escolar duvidosa”.

Pensem: se Isael Domingues já é autoridade e se realmente pensa no bem da cidade, não precisa se dobrar às exigências de patrocinadores. Mesmo porque, em querendo, estes podem retirar o patrocínio para os próximos eventos. Isso não é traição, é descobrir quem merece o verdadeiro gesto de gratidão pela escolha.

Que se danem os interesseiros, pois se o prefeito decidir ficar do lado do povo, terá - certamente - o apoio daqueles que mantêm a máquina funcionando, com a fidelidade aos compromissos tributários.
Se o gestor do município souber se postar com equilíbrio, bom senso e agindo dentro das leis que regem sua administração, não tem a mínima obrigação de ser marionete político.

Não assina a nomeação forçada, escolhe – penso que tem conhecimento suficiente para isso – a quem realmente atenda suas expectativas, enfrenta o leão da cobrança política mas tem como pousar a cabeça sobre o travesseiro, abraçar sua mulher amada e adormecer em paz, todos os dias de sua administração.

A cidade precisa de um administrador, não de um grupo de interesseiros políticos.

Pode parecer utopia, mas ainda dá tempo de expurgar a moeda instável pela certeza de respeitar cada voto recebido.
O pior está por vir, se não houver nenhum tipo de mudança por parte de quem assina as nomeações. Podem ter certeza: qualquer tropeço não será atribuído a nenhum nome da árvore hierárquica, pois a responsabilidade é de quem autoriza o cargo.

Louve-se a nomeação de alguns Servidores de Carreira em cargos de sua total experiência. Porém, há muita gente merecedora de ter a função reconhecida.
Sem considerarmos aqueles que “jogaram pedras na cruz” do Dr. Isael, carregando bandeiras e gritando “Vitão, Vitão” e, agora, buscam o gabinete para conquistar uma boquinha na atual gestão também.


Como disse na carta aberta: Dr. Isael tinha 4 anos para marcar seu nome na história. Já se passaram 15 dias e quem está mandando são os interesseiros.

É a minha Opinião. Por isso, assino

Marcos Ivan de Carvalho, jornalista independente, MTb36.001, publicitário e orgulhosamente filho adotivo de Pindamonhangaba.

terça-feira, 27 de dezembro de 2016

CARTA ABERTA AO PREFEITO ELEITO DE PINDAMONHANGABA, DR. ISAEL DOMINGUES.


Carta aberta ao novo prefeito de Pindamonhangaba
(Quem quiser, pode assinar junto. É uma carta aberta)



Senhor Isael Domingues:

Inicialmente, o cumprimento pela posse, em 01 de janeiro de 2017, com os mais sinceros votos de gestão de pleno sucesso e bons resultados.

Sem lhe faltar com o respeito como futura autoridade e como cidadão, permita-me expor alguns pontos os quais considero interessantes, sob meu foco pessoal.

Durante sua campanha, seu objeto principal foi chegar ao topo da tábua de resultados para conquistar o direito de ser o gestor do nosso município.

Isso ficou claro em cada linha de seu discurso e de seus parceiros de caminhão e caminhada, inclusive sob as bênçãos políticas do deputado Padre Afonso, cujo partido apoiava seu frontal adversário.

Considero não ser necessário, de sua parte, afirmar ter recebido uma Prefeitura em frangalhos financeiros ou administrativos. Clara está a não obrigação pessoal do atual gestor em lhe dar tudo “na bandeja”. Uma questão de escolha ética, talvez até como “troco” pela derrota sofrida.

Simplesmente por se tratar de objeto de disputa, o cargo, não houve nenhum condicionamento, de sua parte – e nem poderia haver – sobre estar ou não de acordo com o que lhe seria deixado como “herança” para depois aceitar, ou não, a principal cadeira do Executivo. O senhor deve ter calculado o risco de ser gestor do município da forma como o encargo lhe fosse passado.

Faço público o meu desejo de ver sua administração (e do staff completo) verdadeiramente transparente, com as luzes da verdade e da comunicação inteligente, clara, bem formatada, desarmada e desprovida de engabelamentos e favorecimentos.

Não confundir com administração translúcida, a qual apenas deixa vazar parte da informação, quando isto se faz conveniente. Um pecado comum a muitos gestores.
Em tempo: vazamentos são recursos muito comuns na promoção do desvio da atenção ou da não necessidade de cumprimento de promessas...

Um bem montado serviço de comunicação é essencial para qualquer gestor.
Conforme o desempenho, pode ser altar ou cadafalso.

Não coloque paredes rodeando sua pessoa e seu gabinete. Isto mesmo: paredes formadas a partir de postos de assessoria, os quais são capazes de blindar de tal maneira um líder apenas para não incomodá-lo com a verdadeira demanda de soluções por parte da população.

Seja um prefeito capaz de administrar com as portas abertas.

Portas do gabinete, do coração e da amplitude de conhecimento sobre todos os atos e decisões de sua administração. Isto não é centralizar, mas, sim, não perder a visão da gestão consciente, séria, coerente.

Afinal, o senhor, doutor Isael, é o principal responsável pelo sucesso de sua própria gestão. Ninguém mais poderá assumir toda a responsabilidade pelos resultados alcançados positiva ou negativamente.

Em falando de resultados, vamos a uma breve análise, para o melhor entendimento a respeito destas minhas considerações.

Vejamos os números das eleições:

Total de pessoas não presentes às urnas: 24.132
Votos nulos............................................ 7.550
Votos em branco.................................... 4.324
Total....................................................... 36.006

Sua candidatura obteve exatos............... 34.589
O senhor obteve menos votos, comparando com os ausentes ou não validados.

Por outro lado, quem não votou em sua proposta de trabalho e preferiu
Vito Ardito................................................ 30.455
Myriam Alkmin......................................... 4.619
Somando os dois candidatos..................35.074.

Nesta configuração, o senhor também teria perdido a eleição. A projeção ficaria mais favorável ao principal adversário se juntássemos os votos de Luis Rosas e Wilton Moreno. O total seria de 39.642 votos.

Abordo este aspecto a partir da especulação por mim apresentada, anteriormente, sobre serem os 3 outros candidatos uma espécie de “recurso” para desviar votos possíveis à sua candidatura mas, na ocasião, ainda sem definição por anular ou serem confirmados em branco.

Sua vitória não se deu, então, pela maioria da opinião a seu favor, mas, sim, por conta da rejeição à administração anterior.

É necessário considerar, ainda, uma não unânime simpatia à sua proposta de governo.

Os votos aos candidatos alternativos são, salvo engano, a comprovação da não simpatia a nenhum dos dois principais contendores, manifestação autêntica do direito de escolha.

A então promessa de mudança, a adoção de rumo novo, com visão administrativa moderna e valorizada pela presença de profissionais técnicos em seus postos de extrema exposição pública e com necessidade de acertos precisa, mais do que nunca, ser cumprida e comprovada perante a opinião popular e demonstrada, inclusive, aos até então adversários e, agora, cidadãos sob sua gestão e esperançosos na consecução de resultados capazes de satisfazerem até mesmo o mais incrédulo político de oposição.

Administrar um municípo é como ter o controle de uma enorme família. Saber e entender as necessidades, buscar solucionar problemas e conflitos com gerenciamento inteligente e de pulso firme, não permitindo abusos ou desobediências.

É ter orgulho de dizer, pública e solenemente, ser esta cidade a sua mais nova e preciosa família.
É dar exemplo de pai, para ter orgulho dos resultados de seus filhos.

Ser “pai” de uma cidade não exige compactuar com negociatas, fazer concessões suspeitas, ser benévolo com uns e permitir punições a outros.
É necessário, apenas, estar em perfeita sintonia com o legal, o correto e o decente.
Respeitar as diferenças e, delas, auferir o equilíbrio do bem gerenciar.
Chega de imoralidade, conchavos, retaliações!

É como nos tempos de menos tecnologia e mais olhos nos olhos: ter filhos em seu redor e saber deles o tempo todo. Lutar pelo sucesso deles e se orgulhar de ter atingido suas metas com o esforço do trabalho honesto, parceiro, sem rabo preso ou comprometimentos excusos.

Ser prefeito é não ter necessidade de esconder a família fora da cidade, mas, isto sim, ter orgulho de a mesma ser reconhecida e admirada.

É ter a tranquilidade de caminhar pelas ruas, viajar nos coletivos dos cidadãos comuns e ter a fronte sempre altiva e contemplada com orgulho pelos seus parceiros de viagem por este tempo de ser mais fiel a um povo, independente da opinião de cada um, mesmo quando manifesto adversário.

Por isso, trocando em miúdos, espero de sua gestão o respeito que Pindamonhangaba merece.

Sabemos que vai precisar enfrentar um leão por dia, mas, um dia – se souber e entender da luta inteligente – os leões nem precisarão ser abatidos, pois servirão como exemplo de conquista pela arte de vencer sem ferir o orgulho, a cidadania, a vida.

Ao sair de casa, todos os dias, durante os próximos quatro anos, leve a certeza de ter escolhido prestar serviços e, não apenas, se servir de um cargo político. Se apresente sempre disposto às dificuldades, cuide para ler os elogios e aceitar as críticas com instrumentos de evoluir.

Trate os Servidores de carreira com a mesma dose de confiança depositada nos seus cargos nomeados. Afinal, aqueles serão indispensáveis ao desempenho destes.

Siga o exemplo do bom dono de restaurante: alimente com recursos e amizade ao cozinheiro e ao garçom. Existe enorme dependência do bom humor deles para o cliente estar e se sentir sempre satisfeito.

Demonstre otimismo, alegria, confiança. Não manifeste felicidade se souber que o povo está triste. É um argumento surrado, tipo filme repetido, e o povo, agora, sabe questionar, exigir respostas. Não se ilude mais...

Quando o abracei e o cumprimentei no dia da vitória, pedi para que fosse o significado do resgate de nossa dignidade e cidadania, não apenas mais um político eleito.

Tenha orgulho de estar, sempre, bem apresentável para representar mais de 160 mil cidadãos de Pindamonhangaba.

Deus, acima de tudo, pelo povo, com o povo e para o povo. Esse é um exercício novo de fazer a verdadeira diferença.

Festa? Desejo que o senhor a faça daqui a quatro anos, no momento de entregar o cargo para alguém capaz de continuar seu trabalho de resgatar nossa Pindamonhangaba.

O senhor tem quatro anos para marcar seu nome na história. Faça dessa oportunidade o melhor momento para todos os dias de sua existência.

É isso.

Respeitosamente,

Marcos Ivan de Carvalho
RG 5.753.302-7
Publicitário, jornalista Mtb 36001.
Orgulhosamente filho adotivo de Pindamonhangaba.

(Quem quiser, pode assinar junto. É uma carta aberta)

PUBLICADO ORIGINALMENTE EM CANAL39